Durante minhas consultas, vejo rostos marcados pela culpa, olhos carregando o peso de não se sentirem suficientes, de que estão “devendo” alguma coisa sempre. Eu mesma sou assim muitas vezes. A cada sessão, percebo a dor compartilhada por todos nós, uma dor humana e antiga: a sensação de que não estamos fazendo o suficiente. Neste espaço de acolhimento e cuidado com a saúde espiritual, torna-se claro que é hora de parar, refletir e reconhecer os comportamentos que sugam nossa energia e alimentam esses sentimentos devastadores.Esse post surgiu como uma forma de gerar reflexão sobre tudo que você viveu até agora. Vamos lá?
1. Remoer o passado e não aceitá-lo
Muitos de nós nos vemos presos em um ciclo incessante de ruminação sobre os erros do passado. Esses momentos de falhas, que todos inevitavelmente enfrentamos, parecem ganhar vida própria em nossas mentes, relembrados incessantemente. Este comportamento é uma armadilha que nos trava e faz a gente sentir que está caminhando sobre areia movediça. Ao focar nos erros, deixamos de reconhecer as lições aprendidas e os passos significativos que demos em direção ao nosso crescimento, não permitimos que um novo capítulo se inicie. Acolher nossa trajetória de aprendizado exige que façamos as pazes com o passado, reconhecendo que cada erro ou dor foi uma oportunidade de aprender e evoluir.
2. Não compreender suas ações para o futuro
Planejar o futuro sem compreender as ações que precisamos tomar pode ser paralisante. Nem todas as ações serão prazerosas. A incerteza e a falta de clareza geram ansiedade e uma sensação de frustração, por estar fazendo algo que precisa para sobreviver, como estar num emprego que você não gosta, mas que paga as contas. É vital que paremos para refletir sobre nossas metas e os passos necessários para alcançá-las sem se deixar ansiar pelo tempo desse processo. Desconstruir nossos objetivos em ações concretas, pequenas e realizáveis, permite que visualizemos nosso progresso e sintamos a gratificação de cada conquista. Dessa forma, acolhemos nossa trajetória, percebendo que cada pequeno passo nos leva adiante, que cada ação tem um motivo.
3. Sentir medo de previsões
O medo das previsões, do desconhecido que o futuro reserva, é um sentimento comum em quem vem até mim nos atendimentos sobre análise kármica. Este medo pode ser paralisante, como se você estivesse num tribunal e o “cosmos” fosse o juiz, quando na verdade previsões podem ser refletidas e modificadas. Acolher nossa trajetória de aprendizado envolve aceitar que o futuro é incerto e que essa incerteza é parte integrante da vida. Amadurecer é lidar com o imprevisível. Ao aceitar essa realidade, permitimos a nós mesmos a liberdade de experimentar, errar e tentar novamente, reconhecendo que cada experiência nos molda e nos fortalece.
4. Sentir medo da responsabilidade
A responsabilidade, muitas vezes vista como um fardo pesado, pode gerar um medo profundo de falhar. A pressão para não decepcionar a si mesmo e aos outros pode ser esmagadora, então você acaba criando um mecanismo de defesa de culpar todo o redor pelo que acontece. Mas sejamos sinceros: no que isso resolve alguma coisa? É importante lembrar que a autorresponsabilidade também é uma oportunidade de amadurecimento e plenitude diante dos desafios da vida. Acolher nossa trajetória de aprendizado significa aceitar nossas responsabilidades com paz.
Acolhendo nossa trajetória de aprendizado
Acolher nossa trajetória de aprendizado é um ato de amor e autocompaixão que nin guém jamais fará por você. Eu sempre digo em minhas consultas “ninguém sabe mais sobre sua vida do que você”. É importante reconhecer que somos seres em constante evolução, que cada erro, cada passo incerto, cada medo enfrentado, nos molda e nos cria, as feridas que não escolhemos também fazem parte de nós e precisam de amor. Ao invés de sermos consumidos pela culpa e pela sensação de insuficiência, é preciso tomar conta de si como se toma conta de um jardim.
Te convido a refletir sobre sua própria jornada. Você acolhe sua trajetória de amadurecimento? Já se orgulhou dela hoje? Permita-se um momento de introspecção, abrace suas imperfeições e celebre seu progresso. A vida é um constante aprendizado, e cada dia é uma nova oportunidade de crescer e evoluir. Acolha-se, com gentileza e compreensão, e veja como sua percepção de si pode tornar sua jornada muito mais cheia de propósito.
